06 junho 2007

A CASA DO HORROR (III)

.

Nem todos os pormenores foram divulgados. Ignoro, por exemplo, como três homens cujas idades rondam os cinquenta anos se conheceram e juntaram para a concretização do plano. Sei, por outro lado, que um agente infiltrado impediu a consumação do horror. Os factos relevantes contam-se em poucas palavras:
Três homens planeiam raptar, num país vizinho, uma menina de cerca de nove anos. Atravessariam de novo a fronteira e passariam o fim-de-semana numa casa onde a torturariam e violariam. Usariam máscaras e filmariam as sevícias praticadas. O filme destinar-se-ia a circular no universo pedófilo e voyeur. Para terminar marcariam a menina com um ferro em forma de S e libertá-la-iam. Feito isto regressariam à sua vida de pacatos cidadãos. Um deles, casado e pai de filhos, agradeceu à polícia tê-lo preso antes que os acontecimentos tivessem lugar, confessou-se aliviado e declarou ter sido tomado por uma vontade que não conseguia controlar. A sua família, em cuja casa foi encontrado o ferro em forma de S, manifestou-se incrédula. Trata-se, segundo eles, de um homem adorável.

Sem comentários: