06 março 2007

Grandes Portugueses Anónimos (III)

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Foi, projectando a sua sombra na planura alentejana quando ousava caminhar sob o sol, o pai da ecologia moderna. Homem de grande visão, prenunciou a política dos três erres e compreendeu os perigos da destruição da camada de ozono por libertação dos CFC. Trisavô dos frigoríficos contemporâneos, tetravô do micro-ondas, avô da garrafa termo dos nossos dias, retirou matéria-prima das árvores sem as abater. O design, como disciplina futura, não lhe era estranho.
A mulher de pêlo na venta que lhe deu os filhos preparava-lhe a açorda e ele comia-a ainda quente nos montes, remediava-lhe um gaspacho e ele papava-o fresquinho sob a copa do chaparro.
A justiça ecológica chegou tarde e só agora reconhecemos a pertinência de figurar entre os Grandes Portugueses Anónimos o visionário e primeiro utilizador do cucharro e do tarro.

2 comentários:

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Excelente! lol

ivamarle disse...

não duvides!!! agora vêm os gajos da NASA, comprar o melhor revestimento para as aeronaves...