08 julho 2006

o peixe prateado (III)

.

uma vez mais olharás o peixe.



não se pode contemplar
tão branca leveza e ficar
impune. beijarás o peixe na boca
colarás a sua respiração à tua. tua
será a morte do peixe, dirás.
“fui beijado pelo mais antigo
secreto e puro oiro.”



uma última vez o verás, agora
em sua cor invisível.
eis-te tocado pelo peixe.
pela água e pela luz.


de poesia sobrevivente 1978/1986
(poemas que escrevi há mais de vinte anos)