13 maio 2006

os dias que passam são rasos e

.


os dias que passam são rasos e
estéreis.
o inverno arde rigoroso.
não chovem ainda peixes mas água
água líquida.



os corpos refugiam-se para dentro
circunflexos.
os peixes preparam o nascimento
na fertilidade destas chuvas.
os barcos encolhem-se no cais.



os meus dias seguem-se rasos e
estéreis.



de poesia sobrevivente 1978/1986
(poemas que escrevi há mais de vinte anos)