29 outubro 2007

SILÊNCIO

o silêncio, disse o conferencista, é o nome que damos aos sons inaudíveis. um silêncio, senhores, não é igual a outro. Existem silêncios simples e outros mais complexos, muito complexos, verdadeiras sinfonias de silêncios, partituras impossíveis de ler ou escrever, obras e execuções irrepetíveis.
a plateia, não sabendo como aplaudir, optou pelo silêncio e retirou-se sem fazer barulho. na verdade, mais tarde, quando perguntados, ninguém sabia dizer qual o momento mais importante da conferência – se a fase em que o conferencista falou, se a outra em que se calou.


VAGA

é como se um monge zen tivesse inventado esta palavra. abram-se os dicionários:
-elevação de grande porte ( formada nos mares, lagos, rios, etc.).
-grande quantidade de… ( pessoas, animais, veículos, etc.).
-espaço que não se encontra ocupado.
-falta, ausência carência.
-que vagueia.
não falo pelo leitor mas, para mim, faz sentido: uma elevação de grande porte ou grande quantidade de alguma coisa, cujo espaço não se encontra ocupado, e onde existe uma falta, ou uma ausência, ou uma carência, que vagueia.

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