04 junho 2007

Os aforismos estão certos. Eu é que não os compreendo!
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Os meus filhos, após passagens meteóricas por outros desportos, fixaram-se momentânente (?) no hóquei em patins. Com isso, vi-me confrontado com um fenómeno que desconhecia em absoluto: o do desporto infantil e juvenil, organizado em torno de pequenos clubes locais e regionais com competições entre si, uma lufa-lufa de deslocações, apoios, ajudas e empenho por parte dos pais e dirigentes, horas passadas em pavilhões desportivos, dezenas de milhar de pessoas envolvidas em iniciativas deste cariz por todo o país, semana a semana.
Vem isto a propósito do despropósito. Quero dizer: já assisti algumas vezes a cenas de pais que, descontentes com decisões dos árbitros, por exemplo, em jogos onde as idades dos "atletas" rondam os oito, nove, dez anos, partem para o insulto e para o enxovalho sem estribeiras. Exemplos?
-Palhaço, ladrão!
-...
-És um palhaço, cabrão de merda, filho da puta...
O homem, pai de um pequeno jogador, continuou a beijocar o árbitro com afagos deste género. O outro, intitulado juiz, desvia os olhos do campo, vira-se para o público, encara o carinhoso pai e dispara com igual afecto:
-'Tou-te a marcar, quando isto acabar parto-te os cornos.
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Outro exemplo, noutro jogo, noutra terra, noutro pavilhão, de um pai extremoso para o árbitro:
-Devias era levar com um patim que te abrisse a cabeça, ó seu caralho!
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Desporto, sabem? Desporto infantil, para a educação, o crescimento e a cidadania. Mente sã em corpo são, como, de resto, toda a gente afirma. Deve haver alguma subtileza que me escapa.

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu querido amigo Pedro:

Como a tua lucidez me toca!
Eu, pai babado a quem o desporto juvenil (infantil, mais pró senil, enfim, essa coisa das boas-vontades e fins de semana estragados) já me tocou sei bem do que tu falas. Eu optei por ensinar às garotas umas caralhadas para elas não ficarem atrapalhadas com o que iam ouvir e nunca pus os pés num jogo que elas disputassem.
Elas agradeceram imenso, e vê lá, que joguem contra o melhor ou o pior, já lá vão uma cambada de anos, nunca perdem um jogo! Pelo menos é o que me dizem!
Viva o Desporto Nacional
e um grande abraço para ti deste teu amigo!

PS- Esse tal pai que queria dar com os patins nos cornos do árbitro era mesmo burro! Então para que serve o stick?

Peixoto

Anónimo disse...

Eu, caríssimo Peixoto, acho a tua lucidez maior que a minha. Essa do stick é um exemplo disso. Adapta-se melhor à mão (ergonomia)e é muito mais fácil limpar massa encefálica num instrumento com menos reentrâncias.
Bem hajas e dá beijinhos meus às garotas.