25 junho 2007

COLECÇÃO BERARDO NO CCB

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O homem será polémico e desencadeia reacções de todo o tipo na sociedade portuguesa. Poucos morrerão de amores por ele, e outros são atacados por súbita comichão assim que ouvem a palavra Joe. Há, no entanto, um ponto que parece consensual: reuniu uma das colecções mais importantes, a nível mundial, sobre a arte do século XX.


A telenovela é conhecida: Berardo propunha, os governos diziam sim, mas..., Berardo ameaçava com a deslocalização, os governos diziam mas, mas..., falou-se no Pavilhão de Portugal, no Museu do Chiado, num museu construído de raiz, em França, pelo governo francês, no Japão, pois, pois..., mas, mas..., contamos com o patriotismo do senhor..., anos a fio.


A colecção abre hoje ao público no Centro Cultural de Belém -complementada por obras de outros museus nacionais e estrangeiros- por um período (mínimo) de dez anos. Isso é mais importante do que todo o nevoeiro lançado em volta do assunto. Para mim, em última análise, a colecção é mais importante do que Joe Berardo. Goste-se ou não da ideia.
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Mas, sendo as coisas como são, é difícil achar bela sem senão; se Lisboa (e Portugal) ganha uma "bandeira cultural", perde, por outro lado, um espaço priveligiado para grandes exposições de autor e outras de grande circulação internacional. Reivindique-se um espaço assim e a colecção Berardo terá funcionado duplamente.

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