07 maio 2006

DITOS POPULARES

O Andrézinho tem trinta e oito anos mas todos lhe chamam, ainda, Andrézinho.
O Andrézinho gosta muito de provérbios. Uma vez teve uma ideia. O Andrézinho matutou e matutou e matutou. Quer dizer, reflectiu, meditou, pesquisou, dirigiu o pensamento para.
Por sorte do Andrézinho o avô dele era dono de um palheiro; um palheiro verdadeiro, cheio de palha verdadeira. A avó do Andrézinho, por sorte, era dona de uma agulha.
O Andrézinho enfiou-se dentro do palheiro e uniu cada pedaço de palha a outro pedaço de palha e cada novo pedaço de palha a outro pedaço de palha e formou um único, longuíssimo, pedaço de palha.
O pai do Andrézinho, por pura sorte, era dono de um compridíssimo fio de nylon. O Andrézinho sentou-se no palheiro e passou o compridíssimo fio de nylon por dentro do longuíssimo fio de palha. O Andrézinho sabia como tornar a palha resistente.
Depois enfiou, com muito cuidado, a ponta do fio de palha no buraco da agulha da avó.
Bastava puxar a palha e ter paciência para desfazer os nós.
O Andrézinho tinha descoberto a maneira mais eficaz de encontrar uma agulha num palheiro.
Chamaram-lhe doido.
Calma aí, aguenta lá os cavalos, enquanto o pau vai e vem folgam as costas, grão a grão enche a galinha o papo, há mar e mar, não tomes a nuvem por Juno.
Doido, sim. Mas inteligente.

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