13 junho 2007

A CASA DO HORROR (IV)

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O horror, quando nos confrontamos com ele, não se traduz obrigatóriamente em morte, sangue ou violência física. O horror não se relativiza dizendo ah, aconteceu no terceiro mundo, isso, lá, é normal, nem afimando o contrário ah, eles preocupam-se com um indivíduo, quando isso, aqui, acontece todos os dias. É considerando esse aspecto que se faz a seguinte precisão: O caso verídico que hoje se narra não ocorreu num país onde a justiça é tida como algo que não funciona, bem pelo contrário.
Um homem inocente foi esquecido numa prisão por uma juíza. Teria bastado uma assinatura sua para que a libertação do detido se consumasse. Passaram 437 dias até que o erro fosse finalmente reparado.
Todo o horror a que o homem foi sujeito, todas as angústias, todas as perguntas que se terá feito, todos os suores, todas as consequências, todo o desespero, a troco de um esquecimento. De uma assinatura.

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