17 maio 2007

A CASA DO HORROR (I)

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Gosto de histórias, sempre gostei, tenho inventado algumas. Uma boa história tem, todos sabemos, um lado violento, angústia e sofrimento, confrontação com a morte, com o horror e com a infâmia.
A barbárie, a selvajaria e a estupefacção são ingredientes que um escritor, por exemplo, dificilmente descarta. Mas a ficção, no que toca à natureza humana, nunca se mediu com a realidade, nunca um romance foi mais violento do que a vida, nenhum horror ficcionado suplantou um horror já vivido.
A Casa do Horror relata casos acontecidos e relatados nos jornais. Nenhum nome, nenhum país, nenhuma raça serão mencionados. Nenhum julgamento, nenhuma condescendência. Como se fosse apenas uma tentativa impessoal de inventariar o incompreensível.
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Um homem assalta uma bomba de gasolina. Não lhe oferecem resistência e o assalto é bem sucedido. O ladrão abandona o local, dá uns passos no exterior e volta atrás. Aproxima-se da empregada, uma mulher grávida, dá-lhe um tiro na barriga e sai de novo.

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