23 março 2007

Grandes Portugueses Anónimos (VII)




Poderia ter sido qualquer um e ter nascido em qualquer época. Sabe-se que as suas invenções resistiram ao sinal dos tempos, aos regimes, às tendências políticas e se tornaram uma espécie de tatuagem na alma portuguesa, seja isso o que for.

Surgem onde quer que exista meia dúzia de portugueses e medram fortemente em latitudes e condições bastante diversificadas, como se pode aquilatar facilmente em todos os países que praticam a lusofonia.

Abram alas à sua passagem e curvem-se respeitosamente os milhões que lhe são devedores. Aceita-se como legítimo o pensamento de que alguém sem méritos próprios, sem rasgos de espírito, sem independência, sem noção de cidadania, só pode tornar-se grande entre um povo muito pequeno. Mas reconhece-se que instituiu uma marca indelével e permanente que justifica a sua nomeação como Grande Português Anónimo.

Falamos do homem que inventou não uma, mas duas instituições das quais depende, desde há séculos, a estabilidade da nação: a cunha e o tacho.


Sem comentários: